As mulheres negras representam 28% da população brasileira. É o maior grupo populacional, com a maior expressividade numérica, e é ainda um grupo muito atuante na fomentação de políticas públicas. Apesar disso tudo, ainda há pouca representatividade de mulheres negras na política do país. Este episódio de Conversa de Portão é o primeiro da segunda temporada da série “Feminismos”, feita em parceria com a Fundação Rosa Luxemburgo. Desta vez, o tema central é mulheres negras no centro das discussões políticas. Para começar, Semayat Oliveira conversa com Christiane Gomes, da Fundação Rosa Luxemburgo, e Gabrielle Abreu, do Mulheres Negras Decidem.
Christiane diz que quando pensamos nas políticas de creches, do SUS, entre outras, são todas fomentadas por mulheres negras. “Isso explica muito porque a gente sobreviveu até hoje. Isso não é uma política identitária, sempre somos acusadas de que são políticas segmentadas, mas não é verdade. Política pública de educação e saúde alcançam toda a sociedade” (a partir de 4:58 do arquivo acima).
Gabrielle diz que, no geral, paira na sociedade brasileira um desconhecimento muito grande com relação à contribuição das mulheres negras na política institucional. “Mulheres negras têm um conjunto de formulações que vão na raiz dos problemas, elas dão respostas muito sofisticadas e muito bem-sucedidas dentro da história. Apesar da sub-representação na política há exemplos de mulheres que conseguiram superar isso” (a partir de 10:37 do arquivo acima).