A coleção Politizando o clima: poder, territórios e resistências busca analisar criticamente alguns dos principais temas, políticas, projetos e atores envolvidos nos debates energéticos e climáticos, destacando as implicações territoriais, de classe, de raça e de gênero, além das assimetrias históricas entre o Norte e o Sul Global.
Fruto de uma parceria entre a Fundação Rosa Luxemburgo, o Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade (CPDA/UFRRJ), o Coletivo de Pesquisa Desigualdade Ambiental, Economia e Política e a Editora Funilaria, esta coletânea problematiza as disputas em torno da política energética, da gestão dos territórios e do que organizações e movimentos sociais denominam mercantilização e financeirização da natureza.
O Le Monde Diplomatique Brasil também é parceiro do projeto e contribuirá para que o conteúdo da coleção alcance um público mais amplo, por meio de reportagens, artigos e episódios do podcast Guilhotina.
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A obra reúne reflexões críticas de autoras e autores profundamente engajados com os territórios em conflito, apresentando caminhos que emergem das resistências construídas pelas próprias comunidades atingidas. Estruturada em quatro volumes, a coleção aborda:
- Energia e neocolonialismo (já disponível em formato físico e digital!)
- Mineração, petróleo e bioeconomia (já disponível em formato físico e digital!)
- Mercado de carbono e o negócio da compensação
- Mudanças climáticas e cidades

Elaborada no âmbito do Programa Latinoamericano de Clima e Energia da Fundação Rosa Luxemburgo, a coleção busca contribuir para o fortalecimento das articulações em defesa e promoção da justiça socioambiental e para o enfrentamento ao racismo ambiental e ao colonialismo verde. Seu alcance pretende envolver um número crescente de organizações sociais e políticas, pesquisadoras, pesquisadores, profissionais da educação básica e superior, militantes e pessoas interessadas em geral.
Ao mesmo tempo em que essas redes constroem e se apropriam de um posicionamento crítico comum, fortalecem-se também para promover ações coletivas, compartilhar estratégias de resistência e incidir politicamente em espaços como a COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), a ser realizada em Belém.
Os textos partem da premissa de que é essencial problematizar como as atuais políticas climáticas — sobretudo as baseadas na noção dominante de transição energética e no mercado de carbono — têm sido construídas, implementadas e legitimadas pelos agentes do capitalismo extrativista. A coleção busca evidenciar as estratégias adotadas por governos e por empresas neoextrativistas (ou seja, do complexo hidro-agro-energético-mineral) diante da crise climática e as implicações dos usos que fazem das categorias “transição energética”, “energia renovável”, “descarbonização”, “bioeconomia” e “compensação”.
Trata-se de políticas que, longe de promover uma transformação estrutural, operam a partir da intensificação do capitalismo racial e patriarcal, despolitizando o debate climático e invisibilizando as violências históricas.
Contudo, é importante lembrar: essas políticas não operam sem resistência. Ao contrário, nos diversos contextos analisados e vividos, emergem múltiplas formas de luta, rebeldia, enfrentamento e existência. É com essas resistências que a coleção dialoga e se compromete, oferecendo subsídios teóricos e políticos para fortalecer práticas de denúncia, proposição e reexistência diante da emergência climática e de suas falsas soluções.
Na Mídia
[Quatro Cinco Um] Energia e neocolonialismo
[Brasil de Fato] ‘Neocolonialismo climático’ explica políticas de transição energética que violam direitos, diz pesquisadora
[Rede PT] Neocolonialismo Climático
[Instituto Humanitas Unisinos] Políticas de transição energética violam direitos



