Que sejamos capazes de dar continuidade à reflexão, à produção e às lutas de um dos grandes socioambientalistas do nosso tempo, que hoje nos deixou
Fundação Rosa Luxemburgo
Nesta quinta-feira, 10 de novembro, faleceu o filósofo e educador Jean Pierre Leroy, um dos grandes entre os defensores dos territórios do país e de seus povos. Há tempos vinha lutando contra o câncer, mas até os últimos dias seguiu contribuindo para a reflexão sobre caminhos possíveis para outros mundos possíveis como assessor da Fase, seu lugar de estar e olhar o mundo nas últimas quatro décadas.
Nascido na França em 1939, Jean Pierre chegou ao Brasil no início dos anos 1970 e foi viver no Pará, onde assumiu e ajudou a construir as lutas pelos direitos das populações tradicionais e dos pequenos agricultores da Amazônia.
Na militância ambiental, foi membro da Coordenação do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, assessor da Comissão Pastoral da Terra (CPT), coordenador executivo do Projeto Interinstitucional Brasil Sustentável e Democrático, membro da Rede Brasileira de Justiça Ambiental, entre tantos outros espaços.
De 2002 a 2004, foi o Relator Nacional do Direito Humano ao Meio Ambiente da Plataforma Brasileira de Direitos umanos Econômicos, Sociais e Culturais (DHESCA). No final de seu mandato, escreveu um dos mais contundentes relatórios sobre as vítimas da destruição das bases matérias de sustentação e dos bens naturais dos quais diversos grupos populacionais dependem para a sua reprodução sociocultural.
Durante sua vida, Jean Pierre escreveu uma vasta obra sobre as realidades das populações mais vulneráveis dos territórios rurais no Brasil, e sobre as possibilidades de emancipação e re-criação de outros paradigmas de vida e existência, que tem inspirado e auxiliado inúmeros movimentos sociais, pensadores e militantes das causas socioambientais.
Como parceira da Fase, a Fundação Rosa Luxemburgo expressa grande pesar pela perda de Jean Pierre, mas acima de tudo expressa um profundo agradecimento e reconhecimento a tudo que foi, fez e deixou para nós. Que sejamos capazes de dar continuidade ao que Jean Pierre construiu!
Foto: divulgação Fiocruz