A publicação do estudo tem, em primeiro lugar, a tarefa de trazer a público uma visão crítica sobre as novas fronteiras de acumulação da economia capitalista em um lugar privilegiado, no sentido da amplitude de expansão dessas fronteiras, que é o Rio de Janeiro.
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Ambientalismo de espetáculo
13/12/2013
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A economia verde e o mercado de carbono no Rio de Janeiro

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Apresentação

“Em tempos em que tudo parece difícil e complicado, nos cabe continuar a árdua e, ao mesmo tempo prazerosa, tarefa de “trocar em miúdos” o que a realidade concreta nos apresenta como desafio.

A publicação do estudo “Ambientalismo de Espetáculo: a economia verde e o mercado de carbono no Rio de Janeiro” tem, em primeiro lugar, a tarefa de trazer a público uma visão crítica sobre as novas fronteiras de acumulação da economia capitalista em um lugar privilegiado, no sentido da amplitude de expansão dessas fronteiras, que é o Rio de Janeiro. A terra e o trabalho, por exemplo, se transformaram em mercadoria há muito tempo. Mas, o processo de aprofundamento do capital tem sido muito rápido. Em cerca de 200 anos, assistimos um avanço que atravessa todos os limites e chega ao ponto de transformar o ar, a água, a biodiversidade e até mesmo a polinização das abelhas em mercadorias.

Ativo ambiental é o conceito que se dá para esconder os passivos ambientais que devastam territórios inteiros, inviabilizando o modo de ser de quem se relaciona com a terra, os rios, os mangues, as florestas, etc de um modo muito mais profundo, ameaçando a própria sobrevivência dessas populações. Em uma lógica perversa, a destruição é realizada sem qualquer constrangimento. Posteriormente, por um lado, passa-se a vender o direito de continuar destruindo. Por outro lado, vende-se a solução. Ou melhor, as falsas soluções de mais mercado para mediar a relação com a natureza. E tudo feito pelos mesmos atores, praticamente.

A Bolsa de Ativos Ambientais do Rio de Janeiro (BVRio) é um objeto de destaque nessa pesquisa. Através dela, “os efluentes das Baías de Sepetiba e Guanabara”, passam a ter preço. A devastação das áreas de Reserva Legal para preservar florestas pode ser compensada com compras de títulos de alguém que tenha floresta sobrando… Enfim, há muita informação ainda não conhecida, ou digerida, que teremos a oportunidade de aprofundar neste estudo.

A empresa ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA) é outro caso que este estudo traz à baila. O Instituto de Políticas Alternativas para o Cone Sul (Pacs) publicou recentemente a análise TKCSA: impactos e irregularidades na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Nela, explicita de forma mais detalhada o que significa a implantação dessa empresa para o conjunto da sociedade tanto do Rio de Janeiro, como do Brasil. Aqui, apresentamos como essa empresa, que acumula graves denúncias por danos ambientais e à saúde da população de Santa Cruz, bairro onde está instalada, insere-se no mercado de carbono procurando ganhar financeiramente com a poluição que produz.

Parece tudo muito estranho. E, de fato, é estranho mesmo, quase surreal. Até onde iremos? Até quando seguiremos privilegiando tamanha irracionalidade?

Que este estudo sirva para estimular novos caminhos de reflexão e que, de algum modo, contribua para a compreensão e a valorização de alternativas, algumas já existentes, onde o lucro não impere sobre a vida.

Boa Leitura!”

Sandra Quintela, socioeconomista do PACS

 

Ambientalismo de espetáculo: a economia verde e o mercado de carbono no Rio de Janeiro
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Autora: Fabrina Furtado
Rio de Janeiro, 2012