
De passagem pelo Brasil, a professora, escritora, filósofa e ativista Angela Davis e a professora e intelectual Gina Dent estiveram na cidade de Salvador, na Bahia, para participar do Congresso Internacional da Associação Brasileira de Literatura Comparada (ABRALIC). O encontro foi realizado de 10 a 14 de julho deste ano.
Durante o evento, que em sua abertura contou com conferência da ministra da igualdade racial no Brasil, Anielle Franco, Davis e Dent lançaram seu mais recente livro Abolicionismo. Feminismo. Já.

Na mesa de debate sobre a publicação, Davis destacou o pioneirismo do movimento de mulheres negras na luta pela democracia e direitos sociais e se disse inspirada pelas conquistas do feminismo negro no país. “Apesar das dificuldades e desafios o país é como uma fênix e luta das mulheres negras é como um farol de esperança”, afirmou.
Davis também valorizou o papel das lideranças de mulheres nas casas de candomblé (religião de matriz africana) como um importante canal de trabalho político. “O feminismo negro nasce no Brasil, um país no qual, no contexto do candomblé, a liderança de mulheres negras mais velhas é levada a sério, é respeitada “. Neste contexto, durante a semana do Congresso, a liderança religiosa Vovó Cici de Oxalá, que se encontrou com Davis, recebeu o título de doutora honoris causa em uma cerimônia marcada por muita emoção.