O próximo 14 de março marca cinco anos do brutal assassinato da vereadora da cidade do Rio de Janeiro, Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes. Meia década se passou e a pergunta "Quem mandou matar Marielle?" segue sem resposta.
Caso Marielle Franco: cinco anos sem respostas
07/03/2023
por
*Christiane Gomes
Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro, assassinada em 14 de março de 2018 | Fonte: Instituto Marielle Franco
Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro, assassinada em 14 de março de 2018 | Fonte: Instituto Marielle Franco


O próximo 14 de março marca cinco anos do brutal assassinato da vereadora da cidade do Rio de Janeiro, Marielle Franco, e seu motorista Anderson Gomes. Meia década se passou e a pergunta “Quem mandou matar Marielle?” segue sem resposta.

O crime marcou a história política do Brasil e do mundo, demonstrando a fragilidade da democracia brasileira. Além disso, levantou a importância do debate da violência política de gênero, raça e sexualidade e do ataque a defensores de direitos humanos no país. Ao longo desses anos, foram muitas as mudanças no comando das investigações, obstruções e vazamentos de informações.

FALTA DE ACESSO À INFORMAÇÃO

Apesar dos executores estarem presos à espera do júri popular, a motivação do crime segue sendo um mistério. “Há muitas perguntas em aberto. Este é um caso complexo e de interesse público. Nós fomos surpreendidas nestes anos por uma falta de acesso às informações definidas por parte das autoridades. Um caso simbólico da dificuldade de acesso aos dados de investigações de crimes contra defensores de direitos humanos e contra mulheres negras vítimas da violência do estado e do feminicídio no Brasil. A luta não é só por justiça para Marielle e Anderson, mas é um enfrentamento a todas as dificuldades do sistema de justiça no Brasil e seus problemas estruturais”, afirma Fabiana Pinto, coordenadora do Instituto Marielle Franco. O instituto foi criado pela família para manter vivo o legado desta importante referência política.

Atualmente com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva no Brasil, as investigações do crime estão sob responsabilidade do governo federal. Fabiana aponta que, apesar da mudança, as perguntas seguem sem respostas. Por isso, a principal mensagem e ação deste 14 de março é que a luta por justiça e acesso às investigações seguem mais vivas do que nunca. “Queremos mostrar que apesar do tempo, não esqueceremos, vamos continuar organizando essa luta de cobrança das autoridades”, defende.


*Christiane Gomes é Coordenadora de Projetos/Fundação Rosa Luxemburgo São Paulo