O segundo volume da coleção “Politizando o Clima” reúne textos analíticos e profundamente enraizados na realidade amazónica, desmontando as promessas de desenvolvimento ligadas à transição energética, à bioeconomia e à exploração petrolífera. Com forte ênfase nos impactos territoriais e nas desigualdades de género e raça, o livro expõe como essas agendas “verdes” continuam a operar dentro da lógica do capitalismo extrativista, afetando comunidades tradicionais e povos indígenas.
Destaques da análise:
- O artigo de Ailce Alves e Larissa Santos mostra como a mineração, sob o pretexto da transição energética, intensifica o racismo ambiental e viola direitos na Amazônia.
- Bianca Dieile da Silva examina o avanço da fronteira petroleira e os riscos à vida e à biodiversidade, realçando contradições do discurso oficial.
- Guilherme Carvalho critica a apropriação corporativa do conceito de bioeconomia, contrapondo-a aos saberes ancestrais da floresta.
Organização: Elisangela Paim e Fabrina Furtado
Estilo e abordagem:
A obra combina rigor académico com compromisso político, oferecendo uma leitura densa, mas acessível. A escuta ativa das populações locais, sobretudo das mulheres amazônicas, confere legitimidade e humanidade aos argumentos.

