Marcha das Mulheres Negras de São Paulo: convite à organização coletiva / Andreia Alves
(Organizadora), Ana Paula Evangelista (Organizadora), Juliana Gonçalves (Organizadora) –
São Paulo: Oralituras, 2021.
(Marcha das Mulheres Negras de São Paulo, V.1)
20 p.; 15 X 21 cm
ISBN: 978-65-995064-3-7 – V.2
SOBRE A PUBLICAÇÃO
Nas ações da Marcha das Mulheres Negras de SP (MMNSP) é comum praticarmos algo que aprendemos com as nossas mais velhas: a importância de conhecer e valorizar o trabalho das que vieram antes. Somos fruto desse trabalho e acreditamos que na luta acumulamos experiências e fortalecemos um legado herdado das mais velhas. Essa percepção é muito difundida nos movimentos de mulheres negras, onde a ancestralidade não é passado, mas presente e futuro. É comum nas nossas casas ouvirmos sobre a
necessidade de respeitarmos as/os mais velhos/as. Nas tradições de matriz africana, coloca-se que idade é posto, ou seja, alguém mais velho/a precisa ser respeitado/a porque viveu mais e assim tem
o que ensinar. Essa visão é bem diferente da vendida pela lógica ocidental e capitalista que coloca os corpos envelhecidos na pilha de descarte. Nós não! Nossas mais velhas merecem ser celebradas,
pois trilharam caminhos diversos que nos trouxeram até aqui.
Na construção da Marcha de 2020, online por causa da pandemia mundial do novo coronavírus, resolvemos destacar nomes de mulheres negras de ontem e de hoje que nos inspiram.
Essa lista foi construída e alimentada pelas mulheres da MMNSP, num trabalho coletivo, sobretudo, daquelas envolvidas no Grupo de Trabalho (GT) de Comunicação. Dez dias antes da Marcha de
2020, publicamos de um a dois nomes marcando uma contagem regressiva até o dia 25 de julho.
A Marcha, a partir da insígnia “nossos passos vêm de longe”, tem homenageado mulheres negras que tenham sido responsáveis por pavimentar nossos caminhos. São mulheres negras que
vêm pensando, elaborando, ousando e contribuindo para o fortalecimento de diversos temas importantes para a sociedade.
Potencializam e nutrem a nossa luta contra o racismo, sexismo e todas as formas de opressão. Queremos reverenciar algumas dessas mulheres, reconhecendo suas contribuições nas lutas de emancipação do povo negro e das mulheres negras. Não pretendemos esgotar uma lista, mas, ao nomear algumas, convidar a todes para que façam uma revisão da história e conheçam muitas outras. São mulheres insurgentes que nos trouxeram até aqui.