Atlas dos Sistemas Alimentares do Cone Sul

O estudo destaca a importância da soberania alimentar e apresenta políticas públicas que contribuem para uma vida digna no campo e nas cidades
07/05/2024
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O Atlas dos Sistemas Alimentares do Cone Sul discute as causas da crise alimentar na região, vinculando a fome ao sistema alimentar dominante nesses países que privilegia o agronegócio. Além do diagnóstico da situação, o livro apresenta práticas e alternativas que apontam para outras formas de uso da terra, de produção e circulação de alimentos, impulsionadas por um modelo baseado na agroecologia.  Destaque para as ações de movimentos populares que durante a pandemia desenvolveram campanhas de solidariedade que contribuíram para alimentar a população principalmente nas grandes cidades, seja em distribuição de alimentos gratuitos ou nas cozinhas populares e solidárias.

As experiências destacadas no Atlas não só ressaltam a importância da soberania alimentar, mas elencam uma série de políticas públicas que buscam garantir uma vida digna no campo e nas cidades, e, principalmente, o direito inalienável de que toda a população possa comer de maneira saudável.

A organização e coordenação editorial é de Jorge Pereira Filho (FRL Brasil e Paraguai) e de Patricia Lizarraga (FRL Cono Sur) e foi construída de forma participativa em parceria com movimentos populares do campo e da cidade, ONGs e especialistas.

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Por que o agronegócio provoca a crise climática?

A produção de grãos para exportação ocupa cerca de 90% das terras agricultáveis no Brasil e sua expansão destroi florestas e ecossistemas, emitindo gases do efeito estufa.

O uso de fertilizantes, pesticidas, máquinas e a destruição do solo respondem por cerca de 10% dos gases de efeito estufa.

A pecuária industrial é uma das principais atividades emissoras de GEE devido aos grãos consumidos pelos animais, pela emissão de gás metano que gera, pelo dióxido de carbono gerado pelos resíduos animais e pelo consumo de derivados de petróleo na mecanização, refrigeração e no processamento.

Para 2050, os preços dos alimentos podem subir até 30% devido ao aquecimento global, de acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC).

Ao mesmo tempo, a produção de alimentos saudáveis em harmonia com a natureza pode esfriar o planeta. Além de levar comida de verdade para o prato do povo, fortalecer a agroecologia é uma forma de combater a crise climática agravada pelo agronegócio.