Lançamento: Cidade em jogo e Memória ocular

Numa época em que fotos se espalham na velocidade de curtidas e compartilhamentos, fotografar é também transmitir reivindicações com a urgência de cada emoção envolvida e alcançar lugares distantes. Com Luiz Baltar, Sérgio Silva e Verena Glass.
11/07/2016
por
Ed. Elefante e FRL, 21/7, 19h30

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No dia 21 de julho, quinta-feira, às 19h30, a Editora Elefante e a Fundação Rosa Luxemburgo organizam um debate para lançar dois livros – Cidade em jogo e Memória Ocular – que se encontram em temas como fotografia e manifestações públicas. O debate conta com as participações de três fotógrafxs: Luiz Baltar, Sérgio Silva e da mediadora Verena Glass.

As publicações tratam da importância da fotografia e de suas consequências. A imagem é hoje uma grande parceira de movimentos sociais e mobilizações. Numa época em que fotos se espalham na velocidade de curtidas e compartilhamentos, fotografar é também transmitir reivindicações com a urgência de cada emoção envolvida e alcançar lugares distantes.

Outro assunto em comum das duas obras é a repressão militar contra protestos e movimentos sociais. Em Cidade em jogo, muitas fotografias mostram o famoso “legado social” deixado pela Copa da Mundo: os escombros causados pelas remoções e pessoas resistindo a esse processo. Memória Ocular aborda o uso de armamento pela Polícia Militar do governo do Estado de São Paulo contra manifestantes e a dificuldade das vítimas na obtenção de reparações justas.

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Sobre o livro Cidade em jogo

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A capa de Cidade em jogo é uma fotografia em preto e branco de Luiz Baltar. Escombros, entulho e um céu ameaçador. Logo se percebe o caminhão-caçamba, as casinhas no morro. Uma mulher no centro da foto. Uma pichação diz: “somos seres humanos”. Outra: “onde vamos louvar?”.

Na contracapa, a foto continua. Um caminhão de fretes e mudanças. Ainda se lê “fora Fifa, queremos casa”. Em poucos segundos, a fotografia conta a história de um lugar, apresenta personagens, faz uma denúncia e explica quem são os algozes. O local da foto é a área da favela Metrô-Mangueira, no entorno do Estádio Maracanã.

Cidade em jogo traz fotografias de AF Rodrigues, Elisângela Leite, Kátia Carvalho, Luiz Baltar, Rosilene Miliotti e Thiago Diniz, com texto de Dante Gastaldoni. A organização é de Laura Burzywoda, Leonie Heine e Moritz Heinrich, do Grupo OXIS. O livro é bilíngue, em alemão e português.

 

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Sobre o livro Memoria ocular

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“Quis fotografar a tropa de choque em posição de ataque exatamente na esquina oposta, atirando para todos os lados. Fiz três fotos num só clique. Quando tirei a câmera do olho, senti o impacto”, conta Sérgio Silva, que perdeu a visão do olho esquerdo em 13 de junho de 2013, no momento em que terminava de fotografar um ataque da Polícia Militar de São Paulo.

O livro Memória ocular conta a história de Sérgio. A trama pessoal acompanha a vida política brasileira, com destaque para as dificuldades que as vítimas do Estado enfrentam ao buscar reparação pela violência que sofreram. Sérgio cunhou a frase “bala de borracha cega, mas não cala”, e segue fotografando, denunciando. A autoria do livro é de Tadeu Breda, com ilustrações de Breno Ferreira, Carolina Ito, Mateus Acioli, Vitor Flynn e João Ricardo Moreira.

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Sobre quem irá debater

Luiz Baltar é designer gráfico e fotógrafo documentarista formado pela Escola de Fotógrafos Populares em 2012. Já em 2009, começa a fotografar o cotidiano e o processo de remoção em diversas comunidades do Rio de Janeiro no contexto da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Desde 2010, fotografa as invasões militares e o processo de implantação das Unidades de Polícia Pacificadora nas favelas e comunidades. Com suas fotos, Baltar denuncia as remoções forçadas e a violação dos direitos humanos.

Sérgio Silva, profissão Fotógrafo. Desenvolve seu trabalho dentro do fotojornalismo dedicando-se à pauta política. Tem como foco acompanhar a luta dos movimentos sociais neste período recente do país.

Verena Glass é jornalista com especialização em temas sociais e ambientais. Paralelamente ao trabalho de reportagem, há dez anos fotografa as realidades mais sensíveis, como a pauta indígena e camponesa, assim como situações de conflito, explícito ou latente, principalmente na Amazônia, onde tem militado nos últimos anos. É coordenadora de projetos da FRL.

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SERVIÇO

A fotografia como olhar político
Evento gratuito e aberto

Data: 21/07/2016, quinta-feira
Horário: às 19h30
Local: Espacio 945
Endereço: Rua Conselheiro Ramalho 945, Bixiga, São Paulo (SP). Travessa da Av. Brigadeiro Luís Antônio.
Certificados: Se você é estudante e deseja solicitar o certificado de presença, por favor, entre em contato escrevendo para debora@rosaluxspba.org ou pelo telefone (11) 3796-9901 até às 12h do dia do evento.