Encontro realizado na cidade do Rio de Janeiro reuniu troca de experiências de comunicação popular, aulas públicas, shows e intervenções culturais
Por Luisa Santiago
Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC)
No dia 25 de maio, nós, do Núcleo Piratininga de Comunicação, realizamos o 1º Festival da Comunicação Sindical e Popular, na Cinelândia, centro do Rio de Janeiro. Foi um dia para reacender as esperanças. E nada disso teria acontecido se não fossem aqueles que se dispuseram a estar nesse projeto conosco e todos os que se envolveram direta e indiretamente. Pela dedicação e disposição de todos, agradecemos imensamente. A idealização foi nossa, mas a construção de tudo foi feita a muitas mãos. A maior parte dos recursos para a execução do projeto foram obtidos através da colaboração de pessoas e entidades, numa campanha de financiamento coletivo. Sem isso, não seria possível realizar um dia tão bonito. Foram mais de 100 pessoas envolvidas.
Agradecemos ao Sinttel-Rio, ao Senge-RJ, à Fisenge, ao Sinpro-DF, ao Sismuc, ao coletivo Terra Sem Males, ao MST e ao jornal Brasil de Fato, à Associação de Docentes da UNIRIO (ADUNIRIO), ao coletivo Inimigos do Rei, ao jornal JVC, ao PACS, ao jornal Abaixo Assinado de Jacarepaguá, à Fundação Dinarco Reis, ao Favela Art e à Fundação Rosa Luxemburgo. De 10h às 20h esses grupos expuseram seus trabalhos e tornaram linda a nossa Feira da Comunicação Sindical e Popular. Agradecemos também a outros grupos que não puderam estar conosco, mas enviaram os seus materiais. O dia começou com o coral A Voz da Luta, do Sindipetro-Rj, que trouxe a voz dos trabalhadores para a rua. Três aulas reuniram dezenas de pessoas em praça pública. O professor Josué Medeiros, da UFRJ, falou sobre os 100 anos da Greve Geral de 1917 e a luta pela redução da jornada de trabalho. Darlan Montenegro, da UFRRJ, falou sobre os 100 anos da Revolução Russa. E o professor da UNICAMP, Reginaldo Moraes, trouxe os temas Globalização, Trabalho e Comunicação para os vários jovens que o assistiam da escadaria da Câmara dos Vereadores.
Intervenções teatrais também fizeram parte desse dia. Os atores Bruno Peixoto e Ana Fernanda, do En La Barca Jornadas Teatrais, e Carlos Maia encantaram quem passava pela Cinelândia com sua arte militante. Uma roda de conversa sobre comunicação sindical e popular, tema central do Festival, mobilizou várias pessoas em plena tarde de quinta-feira. A mesa principal tinha as jornalistas Ana Lucia Vaz e Katia Marko e os comunicadores populares Arley Macedo e Inessa Lopes, mas, após suas apresentações, as falas foram abertas e muitos se juntaram para dividir suas experiências nesse campo. A música como comunicação popular tomou conta da Cinelândia no fim do dia. Repper Fiell, MC Julião, MC Lacerda (tb conhecido como MC Papá), MC Nildo JPA e Ana Paula subiram ao palco com o rap e o funk das favelas cariocas. Logo depois, pra encerrar, o grupo ÉPreta, composto só por mulheres negras, chegou com o samba para homenagear os 100 anos da greve das tecelãs na Rússia.
O saldo do dia foi muito positivo. Ocupamos a praça com nosso trabalho, nossa militância, nossa luta e nossa comunicação. A comunicação sindical e popular merece ser reconhecida e celebrada porque é ela que fortalece as lutas dos trabalhadores, tão necessária na difícil conjuntura atual.
Veja reportagem da TVT sobre o 1º Festival de Comunicação Popular e Sindical.