Webseminário internacional discute mulheres na cidade e mobilidade

A programação do Webseminario Internacional Direito à Mobilidade tem início no próximo dia 25 de fevereiro, com uma conversa sobre mulheres na cidade e mobilidade, com transmissão em português e inglês.
17/02/2021
por
FRL

Em uma ação conjunta, os escritórios da Fundação Rosa Luxemburgo em Bruxelas, Nova Iorque e São Paulo realizam uma série de debates sobre direito à mobilidade em um webseminario internacional com três debates que acontecem de março a abril.

A programação tem início no próximo dia 25 de fevereiro, com uma conversa sobre mulheres na cidade e mobilidade, com transmissão em português e inglês. A questão da mobilidade das mulheres na cidade reflete as injustiças estruturais em torno do trabalho assistencial não remunerado e a disparidade salarial de gênero.

Na verdade, as mulheres são mais propensas a recorrer ao transporte público para “encadeamento de viagens” (viagens que incluem tarefas como deixar as crianças na creche ou tarefas totalmente domésticas), levando à “pobreza de tempo”. E tendo frequentemente horários para trabalhar em horários não tradicionais, as mulheres têm que lidar com a questão da segurança nas ruas e nos centros de transporte público. As mulheres são forçadas a perguntar não apenas “Como faço para chegar lá”, mas “como faço para chegar lá com segurança?”

Este painel virtual examinará como as agências de trânsito e os governos locais devem levar em conta as necessidades das mulheres no transporte público e como ativistas, artistas e legisladores estão levando essas demandas às ruas.

O primeiro debate terá participação de Angie Schmitt, uma das principais especialistas dos Estados Unidos sobre mobilidade sustentável, e Ebony Noelle Golden, artista e ativista que tem organizado manifestações artísticas e culturais no Harlem, em Nova Iorque, além da brasileira Neon Cunha, ativista brasileira pela defesa das identidades de pessoas trans, e de Alexandra Millonig, pesquisadora do Instituto Austríaco de Tecnologia.

A mediação ficará a cargo da canadense Norma Rantisi, professora de Geografia e Planejamento da Universidade de Concordia no Montreal, Canadá.    

Para acompanhar, é preciso fazer inscrição.

Após a descrição em inglês, basta completar os dados preenchendo os campos que aparecem em português.


PRIMEIRO ENCONTRO

MULHERES NA CIDADE E MOBILIDADE

  • 25 de fevereiro de 2021
  • Horário 16:00 (fuso horário de São Paulo)
  • Transmissão em português e inglês

Após a descrição em inglês, basta completar os dados preenchendo os campos que aparecem em português.

PARTICIPANTES
  • Neon Cunha (Brasil)
  • Ebony Noelle Golden (Estados Unidos)
  • Angie Schmitt (Estados Unidos)
  • Alexandra Millonig (Áustria)
MEDIAÇÃO
  • Norma Rantisi (Canadá)

Organização: Fundação Rosa Luxemburgo

BruxelasNova Iorque São Paulo


MAIS SOBRE AS PARTICIPANTES

Neon Cunha, mulher, negra, ameríndia e transgênera é uma das mais reconhecidas vozes da despatologização das identidades trans no Brasil e primeira mulher trans a denunciar violências na OEA (Organização dos Estados Americanos). Integra diversas iniciativas e espaços como ativista independente, dentre elas a Marcha das Mulheres Negras de São Paulo e como patrona da Casa Neon Cunha, espaço de acolhimento LGBTQI do ABC Paulista.

Ebony Noelle Golden é artista, acadêmica e estrategista cultural de Houston (Texas) e atualmente mora no Harlem. Ela planeja cerimônias locais, instalações de arte ao vivo, colaborações criativas e experimentos artísticos que exploram e imaginam radicalmente estratégias viáveis para a liberação coletiva dos negros. Em 2020, a Ebony lançou o Jupiter Performance Studio (JPS), que serve como um centro para o estudo das tradições de performance negras diaspóricas. JPS é parte integrante do desenvolvimento de uma cerimônia teatral em cinco partes que será desenvolvida e produzida ao longo dos próximos três anos com parceiros no Harlem, Brooklyn, Durham e Ashfield, Massachusetts. Em 2009, a Ebony fundou a Betty’s Daughter Arts Collaborative, uma consultoria cultural e aceleradora de artes, que concebe sistemas, estratégias e soluções para e com a educação, artes, cultura e grupos comunitários em todo o mundo.

Angie Schmitt é uma das escritoras mais conhecidas do país sobre o tema do transporte sustentável. Por muito tempo ela foi editora nacional do Streetsblog. Seus escritos e comentários foram publicados no New York Times, The Atlantic e NPR. Ela é a fundadora da nova empresa 3MPH Planning and Consulting, uma pequena empresa com sede em Cleveland que se concentra na segurança de pedestres. Seu livro “Direito de passagem: raça, classe e a epidemia silenciosa de mortes de pedestres na América” (“Right of Way: Race, Class and the Silent Epidemic of Pedestrian Deaths in America”) foi publicado em agosto pela Island Press.

Alexandra Millonig, é pesquisadora do Instituto Austríaco de Tecnologia (AIT), de Viena, na Áustria, que tem pesquisado sobre comportamento na mobilidade e reunido dados relacionados. Também trabalha com gênero e mobilidade e relaciona a maneira como sistemas e infraestrutura estão configurados à desigualdades de gênero.    

Norma Rantisi é professora de Geografia e Planejamento na Concordia University em Montreal, Canadá, co-presidente da Planners Network e editora de Progressive City: Radical Alternatives.

A série continua com um debate sobre direito à mobilidade e racismo, programado para 25 de março, e um sobre caminhos para o passe livre, em 22 de abril.


22 de março – 15:00 – WEBSEMINARIO

Direito à mobilidade contra racismo

O próximo encontro terá como tema o Direito à mobilidade contra o racismo. A atividade será realizada no dia 25 de março, às 15h, com participação de Paíque Duques Santarém, integrante do Movimento Passe Livre e um dos organizadores do livro, além de Anna Nygård, ativista e uma das fundadoras da Planka.nu, organização sueca que promove o transporte público gratuito, Debipriya Chatterjee, da Community Service Society de Nova Iorque, EUA, e Marion Jones, da organização Transportation Alternatives, também de Nova Iorque, dos Estados Unidos. Mediação: Katarine Flor, coordenadora de Comunicação da FRL-Brasil e Paraguai.Leia mais »