Transição energética é tema de seminário em Fortaleza

O seminário “Transição ou Transação Energética: Agenda Internacional, Financiamento e repercussões” será realizado na Assembleia Legislativa do Ceará
02/04/2024
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Brasil de Fato | Fortaleza (CE)

O seminário será realizado na Assembleia Legislativa do Ceará, em Fortaleza, no Auditório Murilo Aguiar

Parque eólico localizado no Quilombo do Cumbe. - Foto: Galba Nogueira
Parque eólico localizado no Quilombo do Cumbe. – Foto: Galba Nogueira/Brasil de Fato

O seminário “Transição ou Transação Energética: Agenda Internacional, Financiamento e repercussões” acontece de 02 a 04 de abril, no Auditório Murilo Aguiar, da Assembleia Legislativa do Ceará, em Fortaleza. A proposta do encontro, de acordo com a organização, é refletir sobre os modelos de transição energética e os impactos socioambientais provocados pela exploração de energia renovável diante ao cenário da crise climática.

No primeiro dia do seminário (02) estão programadas três visitas a comunidades impactadas por megaempreendimentos relacionados à energia. As visitas ocorrem na comunidade do Cumbe, em Aracati; nos assentamentos da reforma agrária Morrinhos e Queimadas, no município de Santa Quitéria; e no Conjunto Palmeiras, em Fortaleza.

A partir das visitas, os participantes vão participar de dois dias com palestras  e grupos de trabalho nos dias 3 e 4. “A experiência das visitas serve para poder, de alguma forma, dar uma linha do que a gente quer trazer como elementos principais de debate. É um seminário organizado por várias mãos, com organizações que vêm trazendo essa problemática que envolve questões ambientais e sociais”, explica Francisco Vladimir, da Rede Jubileu Sul Brasil.

TRANSIÇÃO ENERGÉTICA

A transição energética refere-se à mudança de uma matriz baseada em combustíveis fósseis, como o petróleo, o carvão e o gás natural, para fontes de energia que se “regeneram” no meio ambiente, também chamadas de renováveis. O Estado do Ceará vem, nos últimos três anos, investindo em negociações, acordos e legislações para participar do mercado de exportação de hidrogênio verde, a exemplo da resolução Coema n. 3/2022.

No entanto, o promissor mercado de descarbonização mantém uma relação de exploração insustentável em relação às comunidades impactadas pelas empresas de energia e representa uma relação predatória com a natureza. Dado a relevância da temática, cerca de 17 organizações e movimentos mobilizaram o seminário para discutir experiências atuais e vislumbrar perspectivas de transição para o Brasil.

A realização do seminário é resultado de uma articulação organizadora integrada pela Adelco – Associação para Desenvolvimento Local Co-produzido, AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia, Cáritas Brasileira Regional Ceará, Conselho Pastoral dos Pescadores, De Mãos Dadas Criamos Correnteza, ESPLAR Centro de Pesquisa e Assessoria, Frente por uma Nova Política Energética,Instituto PACS, Instituto Terramar, Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB, Movimento de Atingidos por Renováveis – MAR, Movimento Pela Soberania Popular na Mineração – MAM, Observatório da Cultura e Meio Ambiente – Unilab, Rede Brasileira de Justiça Ambiental e Rede Jubileu Sul Brasil, além da parceria com a Associação Fórum Suape, Marcha Mundial de Mulheres e  Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST Ceará. 

O seminário conta ainda com apoio da Fundação Rosa Luxemburgo, Cese, Misereor, Fondo de Mujeres del Sur, Fundação Ford, Fundo Casa Socioambiental, União Europeia, do mandato da deputada federal Luizianne Lins (PT) e do deputado estadual Renato Roseno (Psol), do vereador Gabriel Aguiar (Psol) e das vereadoras da Mandata Nossa Cara (Psol).