Envenenados

"O que vale mais, um saco de soja ou a vida do ser humano?" pergunta Julio Valêncio da Luz, chacareiro de Lucas do Rio Verde (MT). A série mostra os efeitos nocivos dos agrotóxicos
28/07/2017
por
Marilu Cabañas

Série especial da Rádio Brasil Atual trata de casos emblemáticos envolvendo uso de substâncias, toleradas no Brasil, que afetam a saúde e o meio ambiente

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Por Marilu Cabañas, Rede Brasil Atual

Rádio Brasil Atual apresenta a série de reportagens “Envenenados”, que trata do emprego de agrotóxicos pelo agronegócio brasileiro e seus múltiplos efeitos nocivos para a saúde, o meio ambiente, os trabalhadores, comunidades indígenas, em um país que é campeão mundial no uso desse tipo de substância.

Os episódios apresentam casos emblemáticos ocorridos nos estados de Goiás, Mato Grosso, São Paulo, Ceará e Rio Grande do Sul. A primeira matéria mostra como está hoje a comunidade de Lucas do Rio Verde (MT), banhada por uma verdadeira chuva de agrotóxicos em 2006. “O que vale mais, um saco de soja ou a vida do ser humano?”. pergunta Julio Valêncio da Luz, chacareiro do município e uma das vítimas do procedimento.

Graças à luta da comunidade a pulverização aérea não atinge mais o perímetro urbano, mas continua nas agrovilas. Venenos proibidos ainda são utilizados na região. Confira este e os outros seis capítulos da série de reportagens.

1. ‘O que vale mais, um saco de soja ou a vida do ser humano?

2. Agrotóxicos que contaminam o Xingu poluem rios do Paraguai e Argentina

A morte de quatro crianças Xavante, da terra Marãiwatséde, em 2014, no Parque Nacional do Xingu, desencadeou na Universidade Federal de Mato Grosso uma pesquisa que investiga a suspeita de intoxicação por agrotóxicos. O professor Wanderlei Pignati (foto), da UFMT, afirma que os agrotóxicos que poluem os rios do Xingu passam pelo Paraguai e chegam a Buenos Aires. 

3. Crime contra líder comunitário que lutava contra agrotóxicos continua impune

No terceiro capítulo, o assassinato do líder comunitário José Maria Filho, o Zé Maria do Tomé, que lutou contra a pulverização aérea de agrotóxico, na região do Apodi (CE). O crime ocorreu há sete anos e continua impune. No estado, pesquisadores investigam casos de desenvolvimento de mamas em crianças com menos de 2 anos de idade. Suspeitam que a puberdade precoce seja provocada seja efeito de agrotóxicos

4. Mecânico do RS contaminado por agrotóxico morre sem tratamento digno

A via-crúcis do mecânico José Maria Struck, conhecido como Zecão, do município gaúcho de Encruzilhada do Sul, é retratada no quarto capítulo da série. A reportagem conta o agrotóxico transformou a vida do seu Zecão. 

5. Interior de SP registra até 1.000% mais casos de câncer que cidades industrializadas

Especialistas constatam incidência de câncer no interior de São Paulo muito superior à de cidades industrializadas. Por causa do agronegócio, em muitos municípios brasileiros beber água pode significar a ingestão de agrotóxicos. “Nossos gestores não reconhecem a contaminação como questão de saúde pública”, afirma o defensor público Marcelo Novaes. 

6. ‘Crianças atingidas por chuvas de agrotóxicos estão abandonadas’

Crianças, adolescentes e professores de um assentamento em Goiás ainda sofrem com os efeitos da pulverização aérea que atingiu a escola há 4 anos. O professor Hugo Alves dos Santos (foto), foi ameaçado de morte por reivindicar atendimento adequado aos alunos atingidos pela chuva de veneno.

7. Sobreviventes do caso Shell-Basf ainda convivem com efeitos dos agrotóxicos

O sétimo e último episódio da série “Envenenados” revela como estão hoje trabalhadores da antiga fábrica de agrotóxicos da Shell, em Paulínia, interior de São Paulo. O caso Shell-Basf é emblemático por ter resultado na maior indenização trabalhista homologada pela Justiça do Trabalho no Brasil.