Para onde caminha a política alemã?

Enquanto o “centro” parece estar em decadência, a extrema direita ocupa importantes lacunas
09/02/2024
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Por Alban Werner[1]

Enquanto o “centro” parece estar em decadência, a extrema direita ocupa importantes lacunas

Manifestação contra o avanço da extrema direita  na Alemanha. Foto: Martin Heinlein | Die Linke
Manifestação contra o avanço da extrema direita na Alemanha. Foto: Martin Heinlein | Die Linke

No início de 2024, milhões de pessoas na Alemanha foram às ruas protestar contra o partido de extrema direita “Alternativa para a Alemanha” (AfD, na sigla em alemão). Outras manifestações contra a extrema direita já haviam ocorrido anteriormente, mas nunca em tal escala e amplitude. Desta vez, não apenas os “de sempre”, isto é, a esquerda política, os antifascistas e os movimentos sociais participam dos protestos – agora, até mesmo no campo da democracia cristã e dos liberais econômicos, é possível encontrar indignação com a AfD e preocupação com o futuro da democracia.

A causa dos protestos são as informações divulgadas pela rede de jornalismo investigativo Correctiv sobre uma reunião secreta em Potsdam. Na ocasião, membros da AfD se encontraram com Martin Sellner, uma espécie de “guru ideológico” do Movimento Identitário[2] (em alemão, Identitäre Bewegung) na Áustria, e aparentemente, discutiram sobre planos para uma limpeza étnica na Alemanha após a tomada de poder pelo partido de extrema direita. Porém, as razões para indignação e protestos são mais profundas.

“O ‘movimento’ que agora se reúne nas ruas”, como diagnostica corretamente o jornal conservador Frankfurt Allgemeine Zeitung, “expressa o desconforto de uma nova era, na qual as antigas certezas da história de sucesso da República Federal da Alemanha não existem mais. O mote ‘contra a direita’ pode paradoxalmente ser interpretado como uma revolta conservadora contra o colapso de um sistema partidário ao qual já se está familiarizado. O pano de fundo disso é que a AfD tem chances de obter vitórias esmagadoras nas eleições europeias de junho e em três eleições estaduais do leste alemão no outono deste ano. Esse cenário traz à tona o fantasma da participação da extrema direita no governo – e isso tem deixado as pessoas inquietas. Não por acaso, pessoas com histórico de migração expressam cada vez mais medo e estranhamento em um país que há muito tempo – muitas vezes desde o nascimento e, em tese, de forma irreversível – é ou deveria ser sua casa.

Muitos especialistas concordam que o sucesso da AfD não pode ser compreendido sem uma análise da política do atual governo federal – composta pela social-democracia (SPD), o partido verde (Grünen) e os liberais (econômicos) do FDP[3]. No entanto, essa política só pode ser explicada se observarmos as condições sob as quais ela opera.

ACABOU A ERA DE TRANQUILIDADE PARA O CENTRO

Não há dúvidas de que a chamada coalizão semáforo (junção de vermelho, cor oficial dos social-democratas, amarelo dos liberais e verde do partido verde) não obteve sucesso em muitos de seus planos. Um exemplo disso é a alteração à Lei da Energia dos Edifícios, que visa reduzir a cota de combustíveis fósseis e iniciar a mudança para um aquecimento ecologicamente responsável. Esta, sem dúvidas, será lembrada na história da política alemã como um exemplo de como a política de proteção ambiental não deve ser conduzida. Por mais que o projeto seja fundamentalmente bem-vindo, foi mal-executado e comunicado. Como resultado, perdeu força e contribuiu significativamente para a perda de confiança no governo.

No entanto, problemas ainda maiores se encontram no contexto geral da política alemã, nas amarras políticas autoimpostas e na configuração desfavorável entre os partidos. A situação global, especialmente a conjuntura externa desde a guerra de agressão russa à Ucrânia, influencia no despertar brusco dos alemães da sensação de falsa tranquilidade que imperava na era Merkel – com altos custos, também para a população trabalhadora.

As amarras políticas autoimpostas são uma consequência direta da dominação de décadas do neoliberalismo. A pior fase das imposições neoliberais já havia terminado antes mesmo do início da crise financeira – após a introdução da chamada Agenda 2010, uma “reforma” do sistema social e do mercado de trabalho alemão implementada em 2004/05, que acabou representando uma expropriação abundante das classes trabalhadoras.

Durante o governo de Angela Merkel, desde 2005, os alemães se sentiram por muito tempo em uma ilha da alegria, situada à parte de um mundo marcado por mudanças e crises. No geral, a Alemanha se beneficiou da demanda crescente por suas exportações após a crise financeira global de 2008/09 e da crise do euro devido a um euro fraco, que favoreceu também a indústria de exportação. Além disso, até 2019, houve uma poupança de juros no valor de 440 bilhões de euros para o orçamento federal, resultante do fato de que investidores consideravam a República Federal da Alemanha como um “porto seguro” e emprestavam dinheiro em condições extremamente favoráveis. A crise dos refugiados de 2015/16, durante a qual mais de um milhão de solicitantes de asilo chegaram ao país, foi, se olharmos para trás, bem gerenciada, apesar da falta de preparo para a situação. Economicamente, até a pandemia do Coronavírus se revelou uma caso de sorte: o atual chanceler federal, Olaf Scholz, teve de abandonar sua política de austeridade, como, então, ministro das Finanças, para evitar um colapso econômico total. À luz das restrições causadas pela pandemia, o governo federal gastou exatamente tanto quanto havia economizado como vencedor da crise.

No entanto, foi ainda no governo Merkel que o longo período de tranquilidade política e social começou a desmoronar. A partir do início do governo de coalizão entre social-democratas, verdes e liberais, a tranquilidade alemã chegou ao fim de vez. Esgotou-se a estratégia, que por muito tempo foi bem-sucedida, de evitar todos os conflitos políticos para manter o poder. Acabou o escambo entre o chanceler e a população, que seguia a máxima: “Vocês me deixam governar, eu os deixo em paz”. Chegou ao fim a era das expectativas baixas, em que o povo trabalhador estava feliz apenas com o fim dos ataques neoliberais. Acabou também a predominância discursiva de um social-liberalismo difuso que, na maioria, abaixo do limiar de atenção, abriu caminhos em direção a uma sociedade de imigração e com maior igualdade de gênero.

Os fundamentos do merkelismo foram corroídos de dentro para fora. Do ponto de vista externo, isso ocorreu devido às mudanças geopolíticas, principalmente à guerra de agressão russa contra a Ucrânia. Esse acontecimento atingiu a Alemanha de forma muito sensível devido à interrupção da entrega de gás russo. No entanto, o debate sobre o apoio à Ucrânia por meio do fornecimento de armas contribuiu, sobretudo, para polarizar a opinião pública alemã.

Já do ponto de vista interno, o que ocorreu foi que a política alemã tropeçou em suas próprias ilusões. O “centro”, um lugar bem quisto no espectro da Alemanha e, supostamente, um polo confiável de bom senso político, conseguiu por muito tempo conciliar o inconciliável. Esse campo político queria (e quer) uma infraestrutura pública moderna, proteção climática eficaz, digitalização e muito mais – mas dificultou significativamente esses planos com a introdução do chamado “freio à dívida” à constituição em 2009. Pois este “freio à dívida” impõe obrigações vinculativas para limitar os gastos do governo, tanto ao nível nacional, quanto dos estados federados – e isso tudo independente da conjuntura econômica.

Na era Merkel e no início do governo Scholz, esse cenário não era tão perceptível, pois o governo investiu pouco e, durante a crise do coronavírus, pôde suspender o “freio à dívida” devido à crise. Desde o fim das taxas de juros baixas e de uma decisão do Tribunal Constitucional Federal que declarou inválidas as despesas orçamentárias baseadas em emergências, o governo federal perdeu sua base de negócios. De repente, cerca de 60 bilhões de euros desapareceram. Desapareceu também o lastro que possibilitou o contrato de coalizão entre social-democratas, verdes e liberais. Desde então, uma política de cortes rigorosos tem imperado, e as metas de proteção climática foram praticamente abandonadas.

Com esse desenvolvimento inesperado, o governo atual está ainda mais vulnerável do que a coalizão anterior de democratas-cristãos e social-democratas. Isso ocorre porque o FDP não apenas se opõe à suspensão do “freio à dívida”, mas também a qualquer aumento na carga tributária. Dessa forma, fortunas e rendimentos mais elevados já não podem ser utilizados para financiar uma política de transformação socioecológica da economia e da sociedade – ou mesmo em outros projetos. Esse cenário prevê conflitos adicionais – e isso ocorre porque, de acordo com várias tendências, uma maior redistribuição e regulação é necessária, não apenas para garantir a redução da desigualdade social, mas também a própria manutenção do status quo. Sem isso, o preço do aluguel nas regiões de crescimento continuará a subir rapidamente, e a precificação de CO₂ nos produtos de consumo prejudicará significativamente o poder de compra dos cidadãos.

Além disso, se a Alemanha quiser manter sua alta participação industrial na economia, será necessária uma política industrial mais ambiciosa. Junto a isso, somam-se às tarefas sociais condicionadas demograficamente – o envelhecimento da população aumenta a demanda por serviços intensivos em mão de obra no setor de saúde e cuidados, serviço que muitas pessoas não podem pagar particularmente. O cuidado infantil já está terrivelmente subfinanciado e sofre com a falta de pessoal. E, por fim, a imigração requer investimentos em integração e habitação.

REFORÇO RETÓRICO E CRESCENTE MOBILIZAÇÃO NAS RUAS

É bem verdade que a Alemanha da atualidade carece de uma cultura de debate e uma agenda política sobre os problemas mencionados. A mudança que culminou na política de cortes, a renúncia efetiva à meta de 1,5 grau na proteção climática e o aumento insuficiente do salário mínimo legal para apenas 12,41 euros geram críticas, mas até agora não levaram a uma mobilização mais ampla. Os partidos do governo estão em uma baixa nas pesquisas eleitorais, mas ainda têm um considerável lastro de apoio em associações, sindicatos e na maioria da sociedade civil. Além disso, no atual Bundestag, o Parlamento Federal alemão, só seria aritmeticamente possível uma repetição da última coalizão de Merkel entre CDU/CSU e SPD ou uma aliança entre CDU/CSU, VERDES e FDP como alternativas.

Mas em vez de abordar a pressão dos problemas descritos, o debate na sociedade gira em torno de pautas morais. Em uma pesquisa publicada no Süddeutsche Zeitung, é controverso o quanto a sociedade alemã, no geral, está polarizada. No entanto, é indiscutível que o clima tem ficado mais tenso. Declarações políticas são motivadas pela caracterização do outro como inimigo, e os confrontos são tomados por caricaturas: de um lado, os eleitores do partido verde – que são “woke”, cosmopolitas e arrogantes, têm uma situação financeira melhor e andam de bicicleta. Do outro lado, o eleitorado da AfD, impulsionado por ideologias de conspiração e racismo. Úteis idiotas da OTAN aqui, amigos de Putin acenando bandeiras da paz acolá. Fanáticos proibicionistas hostis a carros deste lado, homens brancos mais velhos e irresponsáveis em SUVs do outro lado, e assim por diante.

O crescente papel das mídias sociais na comunicação política aprofunda significativamente essa tendência, pois as formas de representação típicas desse formato, como cards nas redes sociais, vídeos curtos e manchetes sensacionalistas, são excelentes para uma agitação que trabalha com visões unilaterais, exageros e pautas morais – um prato cheio especialmente para a extrema direita.

Fora do ambiente digital, a opinião pública se move em um movimento contraditório. Por um lado, predominam atualmente manifestações e “pautas de consenso”, eficazes do ponto de vista público, nos quais apenas o espectro da extrema direita fica de fora; isso se aplica até mesmo às questões básicas do movimento Fridays for Future. Os protestos antifascistas e antirracistas agora abrangem todo o campo democrático. Essas manifestações são raramente direcionadas contra um “inimigo de classe”, mas sim contra a política estatal. O sociólogo Steffen Mau, fala em “conflitos de imposição de reivindicações”: “A rua é um lugar onde uma política substitutiva encontra espaço em virtude de uma comunicação que não funciona entre a política e partes da sociedade.”

Por outro lado, as disparidades sociais se agravam devido à natureza e os meios dos conflitos. Os protestos dos agricultores, parcialmente bem-sucedidos, mostraram o quão diversos são os conflitos sociais. Enquanto os agricultores conseguiram reverter parte dos cortes orçamentários para eles, houve também uma forte retaliação na parte mais baixa da hierarquia social. No chamado “salário do cidadão”[4], que é pago a pessoas desempregadas de longa duração e incapazes de trabalhar, há uma ameaça do retorno de medidas repressivas – com o claro objetivo do governo federal de que os afetados aceitem os piores empregos por puro medo. Esse ataque é acompanhado por um bombardeio midiático baseado na falsa afirmação de que o “salário do cidadão” faria com que o trabalho assalariado não valesse mais a pena para aqueles que estão à margem do mercado de trabalho.

Além disso, vários fenômenos comprovam que o espectro político na Alemanha está se desintegrando de dentro para fora. Isso inclui, por exemplo, a votação interna dos membros do FDP sobre a permanência no governo, que foi vencida por pouca diferença pelos apoiadores – apesar do forte empenho da liderança do partido pela saída. Outra questão que deve ser mencionada é a fundação de novos partidos, tanto à direita quanto à esquerda: o ex-presidente do Escritório Federal para Proteção da Constituição, Hans-Georg Maaßen, recentemente fundou uma dissidência de direita da CDU[5]. E, no final do ano passado, um grupo de dez deputados do Bundestag deixou o partido DIE LINKE e fundou um novo partido político chamado “Bündnis Sahra Wagenknecht”.

Se essas novas formações terão êxito ainda é uma questão em aberto. Esse desenrolar é sempre problemático, especialmente do ponto de vista da esquerda. Muitas aspirações progressistas exigem conflitos que não se encaixam no modus operandi da “sociedade de consenso” alemã – e uma maior falta de clareza dificulta a unidade em torno de projetos progressistas.

AFD SE BENEFICIA E DIE LINKE ESTÁ PARALISADO?

A AfD se beneficia com tudo isso. Por muito tempo, uma possível eleição do partido foi um paradoxo, pois nenhum outro partido quer se coligar com eles, e a implementação de seu programa prejudicaria economicamente muitos de seus eleitores. Até agora, no entanto, a AfD não enfrentou praticamente nenhum desafio político nas suas reivindicações econômicas e sociais. Além dos óbvios posicionamentos preconceituosos e atitudes racistas em seu eleitorado, a AfD sempre foi um canal para expressar desconfiança e repugnância em relação aos governantes. No entanto, cada vez mais eleitores da AfD podem afirmar, com alguma justificativa, que vale a pena escolher este partido: quando um distrito oriental como Sonneberg, na Turíngia, elege um prefeito da AfD, toda a Alemanha fala sobre este local por duas semanas.

Além disso, agora toda a política alemã (exceto o partido DIE LINKE) parece ter seguido o mesmo ritmo da AfD e adotado uma política restritiva em relação aos refugiados. Curiosamente, até mesmo os eleitores da ala liberal de esquerda dos Verdes aceitam todos os acordos sujos de seu partido no governo, seja o acordo de gás natural liquefeito com o emirado do Catar, a renúncia (implícita) às metas climáticas ou o sistema europeu comum de asilo (CEAS), aprovado recentemente. Nas pesquisas, o partido permanece mais ou menos estável, com cerca de 15% das intenções de voto.

A AfD, por outro lado, parece não ter sido muito prejudicada até agora – apesar de ter estado nos holofotes em virtude da reunião mencionada com extremistas de direita, como Sellner. Uma das pautas foi a demanda por deportações em massa com base em critérios étnicos. Isso se deve, em parte, à forma como os êxitos do partido funcionam como uma espécie de profecia autorrealizável: um bom desempenho da AfD em pesquisas eleitorais (ou nas próprias eleições) recebe muita atenção, mais cobertura midiática e ataques intensificados pelos partidos democráticos. É através desse processo que seus eleitores se sentem validados. Perturbar severamente a política do establishment, da qual não se espera mais nada, é a promessa central da AfD. No entanto, será interessante observar que efeito as manifestações em massa contra a AfD terão a médio prazo. As reações extremamente nervosas da extrema direita aos protestos deixam claro que estes possuem um impacto.

O partido DIE LINKE, por outro lado, parece estar em um movimento oposto – em um círculo vicioso de pouca atenção, decadência nas suas atribuições de competência e eficácia e maus resultados eleitorais. Com a saída dos deputados em torno de Sahra Wagenknecht, o partido no Bundestag perdeu seu status de bancada parlamentar e só pode atuar no futuro como um grupo (com menos direitos). Seus redutos nos novos estados federados foram demolidos, com exceção (por enquanto) de Turíngia, governado por Bodo Ramelow, que é membro do DIE LINKE. No oeste do país, o partido perdeu em grande parte a sua reputação de “patinho feio” da política, mas a entrada encorajadora de muitos novos membros, especialmente jovens, ainda não foi capaz de compensar o fato de o partido parecer cada vez mais irrelevante para muitos. Se quiser sobreviver,  o DIE LINKE precisa reverter essa tendência – e isso requer nada menos do que sair do próprio lamaçal em que se encontra.

A verdade é que o DIE LINKE terá de trocar o pneu com o carro andando. O programa de Erfurt de 2011 se refere, na maioria, a uma sociedade que não existe mais: um mundo sem pandemia, sem guerra na Ucrânia, sem grandes movimentos de refugiados. Se o partido quiser ter um futuro, precisa justificar novamente por que ele existe e fornecer uma orientação sobre como alcançar os objetivos formulados. O tempo de tolerância para o atraso acabou – e o relógio está correndo.

Traduzido por Lucas Reinehr[6]

Edição Katarine Flor[7]


[1] Alban Werner é cientista político. Foi membro do SPD (Partido Social-Democrata da Alemanha) de 1999 a 2004. Ele atua no Partido de Esquerda (DIE LINKE) desde 2005. Já escreveu, entre outros, para as revistas “Sozialismus” e “Das Argument”.

[2] Também conhecido como Geração Identitária ou pela abreviação “IB”, este movimento refere-se a vários grupos acionistas que, de acordo com a sua própria definição, representam uma ideologia chamada de “etnopluralismo”. Defendem a tese de uma “cultura europeia” fechada e etnicamente homogênea, cuja “identidade” é ameaçada sobretudo pela “islamização”.

[3] Abreviação de “Freie Demokratische Partei”, Partido Democrático Livre em alemão.

[4] Em alemão “Bürgergeld”, podendo ser traduzido como “dinheiro cidadão”. Uma política pública direcionada a pessoas desempregadas, substitutiva ao antigo Hartz IV.

[5] Christlich Demokratische Union Deutschlands, abreviação para a União da Democracia Cristã da Alemanha.

[6] Lucas Reinehr é jornalista e coordenador de projetos no departamento de América Latina da Fundação Rosa Luxemburgo em Berlim.

[7] Katarine Flor é jornalista e coordenadora de comunicação do escritório de São Paulo da Fundação Rosa Luxemburgo.