Os escritórios latino-americanos da Fundação Rosa Luxemburgo, juntamente com o programa regional Clima, impulsa há vários anos a Red de Energía y Poder Popular en América Latina, um espaço de articulação política e intercâmbio de conhecimentos que procura aprofundar a análise do sistema energético na região e debater a geopolítica da transição empresarial, retomando alguns casos chave para a compreensão dos programas promovidos pelo Norte global. Também promovemos diálogos multisetoriais em torno da caracterização conjunta das políticas necessárias para o desenvolvimento de uma transição com justiça ecossocial a partir do Sul global.
Este ano retomamos os debates que têm surgido na Red priorizando as novas conjunturas na América Latina e no mundo. Analisamos com preocupação como a transição energética do Norte global continua impondo narrativas e políticas que aprofundam o modelo energético colonial e a devastação dos territórios no nosso Sul. Além disso, a aceleração da produção pós-pandemia e o cenário de conflito na Ucrânia agravam a disputa pelo controle de territórios e bens comuns nas periferias, razão pela qual é importante dar continuidade à construção de horizontes comuns que sustentem as propostas e críticas concretas que articulamos na América Latina.
Com base nesta caracterização, em agosto iniciaremos uma série de reuniões virtuais em conjunto com organizações de diferentes países da região, para promover debates, reflexões e processos de defesa territorial em relação a projetos ligados à exploração de lítio e minerais necessários para a transição. Iremos também abordar o hidrogénio como uma alternativa energética e a proliferação de megaprojetos de energia renovável planejados em nossos países. Procuraremos colocar em diálogo os pontos mais críticos que surgem de cada região sobre estas questões, e discuti-los no contexto das falsas soluções para a crise climática que se materializam, entre outros âmbitos, nas políticas neocoloniais, na despossessão e nos megaprojetos de geração de energia instalados no Sul global.
A incidência empresarial destes projetos nos nossos territórios e as políticas públicas que são implementadas para facilitar o seu desenvolvimento, traz-nos de volta às questões: para quê e para quem está sendo planejada e executada a suposta transição energética na América Latina?
O nosso desafio é construir respostas e ações coletivas para tornar visíveis as falsas soluções no contexto de crise climática e energética, e promover alternativas reais e possíveis nos processos de articulação regional.
Assista ao evento que será transmitido através do Facebook da Fundação Rosa Luxemburgo.
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Ciclo de reuniões virtuais
A Fundação Rosa Luxemburgo e a Red de Energía y Poder Popular convidam para o ciclo de reuniões virtuais: Propostas para superar as falsas soluções para a crise climática.
No meio de uma disputa geopolítica global sobre o controle dos bens comuns, vemos com preocupação como a proposta de transição energética do Norte global continua impondo narrativas e políticas que visam aprofundar o modelo energético colonial e a devastação dos territórios. Ao mesmo tempo, o Sul global continua sendo um espaço chave contestado para a realização destas políticas.
A Red de Energia y Poder Popular en América Latina propõe uma série de debates que visa construir respostas coletivas às falsas soluções para a crise climática e energética, assim como a promoção de possíveis alternativas e processos de articulação regional.
Sessão 1: 24/8 – Lítio e minerais de transição na América Latina
Sessão 2: 31/8 – Hidrogênio, o novo vetor energético?
Sessão 3: 7/9 – As energias renováveis são uma solução para a crise energética? Cenários e propostas na América Latina.
Horário para todas as reuniões: 18:30 horas (horário de Brasília)
Todas as sessões serão em espanhol.
Organizadores: Fundação Rosa Luxemburgo – América Latina / Red de Energía y Poder Popular
Acompanhe o evento aquí.
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Primeira sessão do ciclo Propostas para contornar as falsas soluções para a crise climática: Lítio e minerais de transição na América Latina
Quarta-feira, 24 de Agosto, 18:30 horas (horário de Brasília)
Nesta primeira reunião vamos debater sobre o âmbito e as projeções do cenário de corporativização do de lítio na América Latina. Seremos guiados pelas perguntas: É possível pensar no lítio no quadro de projetos de transições populares na região? Porque é que o lítio é hoje apresentado como uma “falsa solução” para enfrentar a crise climática e as transições energéticas populares? Iremos também aprofundar os debates sobre o papel do setor público na construção de alternativas populares para a América Latina.
Participam:
Alicia Chalabe (Advogada de Pueblos Indígenas – Argentina)
Aleida Azamar Alonso (Pesquisadora da Universidad Autónoma Metropolitana- México)
Bruno Fornillo (Pesquisador do Conicet-Grupo de Geopolítica y Bienes Comunes – Argentina)
Lucio Cuenca (Observatorio Latinoamericano de Conflictos Ambientales-OLCA-Chile)
Modera: Sandra Rátiva Gaona (ONERGIA- México)
